Perturbações

Divirta-se, chore ou simplesmente ligue para seu psiquiatra, essa sou eu...e o prazer e todo nosso! *.*


E o dia se arrastou assim, longo, preguiçoso e incompleto.

Ninguém pode me obrigar a amar, ou a odiar, ou a tentar repelir sentimentos intensos que já fazem parte do meu corpo, palpáveis e vistos a olho nu.

A alma grita por liberdade, a mente a acaricia , tentando controlar a besta.

O peito se rasga em uma dor intensa parindo a minha verdade enquanto a carcaça da mascara usada vai ao chão, molhada de sangue e lagrimas.

O contato da sola do pé com o chão frio faz a nova pele se arrepiar, ainda nua de todas as mentiras e farsas, de todos os padrões impostos, de toda a hipocrisia já vista.

Sigo andando ao encontro do abraço quente e acolhedor que me fara explodir em mil orgasmos e morrer novamente.


Passei tanto tempo desejando o novo aqui nesse espaço que agora que ele apareceu travei completamente.

O inverno chegou com tudo e entre folhas secas caídas e ruas úmidas consegui encontrar um pouco de calor...um pouco não, um muito, que faz toda a diferença nessa estação.

Encontrei a resposta também para todas as minhas perguntas :

- Sim, e possível.

...é possível se emocionar ao sentir um coração batendo forte em outro peito.

...é possível dormir sonhando e acordar suspirando.

...é possível acordar com beijos e sorrindo.

...é possível se arrepiar com um simples toque.

...é possível se sentir vivo novamente.

Enquanto as folhas caem, eu me levanto devagar, meio preguiçosa com a sensaçao de ser completa.





Do alto de um prédio observávamos a cidade la embaixo, movimentada e fria enquanto brincávamos na escada de incêndio.

Era assim a infância na casa da Vó enquanto o Vô ficava la embaixo na portaria e nos trazia um picolé em forma de pé.

A Vó parecia feliz mesmo assim, mesmo em um apartamento. Fazia comidas deliciosas e brigava comigo por comer todo o pote de requeijão na colher.

São poucas as lembranças que tenho, mas precisava falar deles, incrivelmente lindos!

A mãe fala que o Vô foi do nordeste a S. Paulo a pé, e que depois nunca mais teve contato com a família mas contava historias de um pai da época do cangaço...acho que vem dai essa minha fixação por facas e peixeiras looooooool.

Muitas das historias da minha família foram perdidas por tantas migrações, do lado pai foi a bisa italiana para o Brasil, do lado mãe, o avo nordestino sofrido para São Paulo, meus pais de são Paulo para Minas e eu, de Minas para a Europa.

Somos assim, viajantes do mundo, sem medo de ultrapassar fronteiras e descobrir o novo. Um pouco cangaceiros, um pouco ciganos, um pouco loucos mas extremamente unidos em nossa forma estranha de amar.

Um brinde aos meus ancestrais viajantes que me concederam o dom divino da caminhada e da descoberta, que aonde quer que estejam, possam continuar a cuidar de mim, da minha filha, da filha da minha filha...

O que é isso?

O Perturbações nasceu como terapia, uma necessidade de me olhar por dentro através de historias reais ou memorias inventadas protagonizadas por fantasmas. Um diário ou um desabafo imperfeito.

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Maniaca depressiva com disturbio bipolar, me falaram que eu era isso e acreditei, com mestrado em vida e doutorado em fazer merdas...Ah!Tenho 10 dedos nas maos (5 em cada) e 10 nos pes (5 em cada tambem).

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