Nada mais frustrante do que se sentir estagnada, presa, bloqueada por coisas ou forcas que agente não entende o que são.
A beleza da paisagem branca do meu quintal junto com o contraste de malas eternamente prontas me faz mal.
O que fazer quando as portas se fecham?
Será que somos obrigados a ficar quando queremos partir? Será que a ilusão que criei era tão fraca a ponto de não ter poder algum sobre a realidade?
Os oráculos me dizem que o momento e de pausa...mais pausa?
Enquanto sigo entre pausas, bloqueios e falta de acentos no meu teclado uma ideia surgiu, e Alice já esta cuidando de tudo...
Não case comigo, não irei colocar o despertador para tocar para que você acorde de manha, irei acordá-lo atrasado com beijos ou musica.
Não case comigo, não farei seu almoço!
Despejarei mel sobre o meu corpo para que você possa se alimentar de mim antes de voltar ao trabalho.
Não case comigo, não te telefonarei durante o dia.
Prefiro gastar meu tempo imaginando o que estaríamos fazendo se você estivesse em casa.
Não case comigo para que eu arrume a sua casa.
Mudaria os seus moveis de lugar, enfeitaria com flores, bagunçaria seu escritório, desorganizaria seus cd´s, amassaria seu jornal, usaria o seu lado da pia, dormiria no seu lado da cama.
Não case comigo para que eu busque seu chinelo, isso o cachorro faz enquanto você beija meus pés.
Não, não case comigo pelo jantar.
Beberíamos vinho enquanto eu te olhasse cozinhar e fosse experimentando os diferentes sabores e cheiros que tem o seu corpo.
Não amor, não case comigo para não dormir só.
Somente se for para dormir dentro de mim.
Menina bonita, o que você fez com a sua vida?
Agora entendi a freada do tempo, ele parou para que a imagem dos seus cabelos loiros banhados em sangue não seja esquecida.
Ele parou para que seus olhos perdidos se focassem em uma única direção.
Ele parou para me lembrar do que eu fui enquanto brincávamos juntas e do que sou depois que segui sozinha e você não parou...
Ele parou para te ver Ale, que se entregou ao ódio e a desgraça.
Somente um tiro poderia te fazer parar de saltar tao alto.
Somente a morte poderia te abracar agora, tao perfeita e tao selvagem.
Vitima de si mesma ou de uma realidade?
Rolei na cama até suar. No sonho, um beijo em um namoradinho de infância e a quebra de falsas expectativas.
Deixo livre...
Desde ontem o senhor do tempo esta me brecando, como se quisesse me avisar de algo que poderia dar merda...mais uma.
Merda por merda fico na minha mesmo, ou não.
O que tinha que ser feito, já foi. Era o encontro comigo mesma, através de uma terceira pessoa, as vezes util como gancho ou bussola, já que perdida sozinha é mais difícil de se encontrar.
A temperatura exterior era de 6 graus mas quando abri a porta de casa senti um calor imenso vindo de onde eu gostaria de estar.
Fui em silencio vendo o dia amanhecer atrasado, e voltei dentro desse mesmo silencio aonde me refugio até agora. Não quero sair dele, não quero mais falar.