Perturbações

``O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói. `` Cazuza

Faz tempo que não vivo um Samhain com tanta intensidade, na verdade acho que nunca vivi.

Desde que me mudei para a Europa e me ´´desliguei´´ de antigas crenças e celebrações por ´´N`` motivos que agora não vem ao caso, não percebi o tanto que é intenso isso aqui.

Não percebi ou fingi não perceber.

Mas esse ano levei um tapa na cara, talvez o mais ardido de todos eles!

Nunca o ´´Deixe morrer o que precisa morrer´´ foi tão claro em minha vida e nunca lutei tanto para renascer como agora.

Posso até me ver tentando abrir um espaço entre as ´´ancas´´ para conseguir sair!

A morte esta por todos os lados, nas arvores, nos filmes, no cemitério aqui da rua de trás. A vejo face a face comigo e sorrindo, ceifando cada parte de mim que precisa morrer.

Morrer não doi.

O que dói é lutar contra a Dama da foice, e tentar se prender a coisas que não fazem mais sentido, sem perceber estou fazendo isso, mesmo sabendo que deveria me entregar.

Enquanto isso vou renascendo, a medida que ela me mata aos poucos, de maneira sádica, uma luz começa a apontar no fim do túnel.

Só quero terminar de morrer para terminar de nascer logo e deitar-me nos seios da minha nova mãe Vida.